Você sabia que o intestino é chamado de "segundo cérebro"? Ele não apenas é responsável pela digestão, mas também está em constante comunicação com o cérebro, influenciando aspectos como apetite, peso e metabolismo.
Essa relação, conhecida como eixo intestino-cérebro, foi tema de um estudo recente publicado na Trends in Endocrinology & Metabolism (2025). Os pesquisadores analisaram como essa comunicação funciona e como ela é alterada em pessoas com obesidade.
Se você já se perguntou por que é tão difícil controlar o apetite ou perder peso, mesmo com esforço, continue lendo. Vamos explorar juntos o que a ciência revelou!

Como o intestino e o cérebro se comunicam?
O intestino envia sinais ao cérebro através de hormônios, nervos e até bactérias que vivem em nosso organismo. Esses sinais são responsáveis por regular a fome, a saciedade e o metabolismo.
Mas em estados de desequilíbrio metabólico, como na obesidade, essa comunicação pode ser prejudicada. Veja como:
1. O que acontece no intestino?
Adaptação ao que comemos
O intestino é altamente adaptável e se ajusta constantemente à alimentação. Entretanto, dietas ricas em calorias podem levar a mudanças no intestino que favorecem a absorção energética excessiva, contribuindo para o ganho de peso.
Hormônios que regulam o apetite
GLP-1 e PYY: Esses hormônios ajudam a controlar a fome, mas em pessoas com obesidade, sua produção é reduzida. Isso dificulta a sensação de saciedade e aumenta o apetite.
Grelina: Conhecida como o "hormônio da fome", continua elevada mesmo após refeições, o que perpetua a sensação de fome.
2. Como o cérebro responde?
O cérebro interpreta os sinais enviados pelo intestino, mas em pessoas com obesidade, essas mensagens podem se tornar menos eficazes.
Áreas cerebrais responsáveis por controlar a fome e a saciedade tornam-se menos sensíveis aos sinais que indicam "você já comeu o suficiente".
Enquanto isso, circuitos ligados ao prazer proporcionado por alimentos muito calóricos, como doces e frituras, continuam hiperativos, dificultando mudanças alimentares.
3. O papel do microbioma intestinal
O intestino é o lar de trilhões de bactérias que formam o microbioma intestinal, essencial para nossa saúde.
Um microbioma equilibrado produz substâncias benéficas, como os ácidos graxos de cadeia curta (AGCCs), que ajudam a regular a inflamação e promovem a saciedade.
No entanto, em pessoas com obesidade, ocorre um desequilíbrio no microbioma, agravando a inflamação e prejudicando a comunicação entre o intestino e o cérebro.
Por que isso importa?
Esse estudo reforça que a obesidade não é apenas uma questão de comer menos ou se exercitar mais. Ela envolve uma interação complexa entre o intestino, o cérebro e o microbioma, que pode ser profundamente alterada por fatores metabólicos e comportamentais.
Compreender esses mecanismos é um passo importante para buscar soluções que cuidem do corpo como um todo, respeitando sua individualidade e promovendo saúde e bem-estar de maneira sustentável.
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Referência completa:Müller, T. D., et al. Neuroendocrine gut–brain signaling in obesity. Trends in Endocrinology & Metabolism, 2025. DOI: 10.1016/j.tem.2025.01.004
Um abraço,
Dra. Patricia Carvalho de Jesus, PhD
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